Naquele momento meu coração gelou, errando as batidas, eu seria testemunha de um suicídio se não fizesse nada, meu instinto fez que eu chamasse a atenção daquele homem, e tentasse impedir que ele cometesse uma besteira.
— Moço! — Gritei para me ouvir. — Por favor, não faz isso! — Na mesma hora, vi que ele virou o rosto para mim.Estava tudo escuro e a chuva caía mais fraca, entretanto ela ainda estava lá, mesmo assim com a escuridão, vez ou outra via a silhueta apenas de seu corpo, já que estava de capuz.— Quem é você? — Nesta hora me arrepiei completamente, aquele homem gritou tão alto com uma voz tão estridente e grossa que me fez ter calafrios.— Eu não sou ninguém, mas sei que independente do que você esteja passando, esta não é a solução!— Como tem tanta certeza assim? — Continuou dizendo alto e raivoso.— Eu não tenho! — Na verdade, não sabia o que falar. — Mas sei que você também não tem certeza, que isso que quer fazer resolverá seus problemas.— Que diabos... De onde você veio?Nessa hora ele desceu de onde estava e veio em minha direção, meu pavor foi tão imenso naquele momento, que quase quem se jogava da ponte era eu!Ele se aproximou tão perto de mim, que dava para sentir sua respiração, meu coração acelerado sairia pela boca se eu falasse qualquer coisa. O homem era alto, seu corpo também estava encharcado, isso era um sinal, mostrando que ele estava ali há horas, não conseguia ver seu rosto, mas senti estar tão próximo do meu.Ele ficou em silêncio por um tempo, eu também não conseguia falar nada, só dava para escutar a neblina e nossas respirações ofegantes, não sei se ele estava tentando assimilar as coisas do mesmo jeito que eu, ou estava planejando um jeito de me matar.— Nunca se meta em assuntos que não são da sua conta! — Dessa vez, sua voz saiu baixa e rouca.Dito isso se afastou, entrou no carro, deu partida e saiu, e eu fiquei ali assustada, mas aliviada por ele não ter feito nada contra a sua vida, e nem contra a minha.Corri mais alguns quilômetros até ver uma placa em um cruzamento, uma direcionava para a vila, outra para a fazenda, como eu queria pedir um emprego, já fui em direção a fazenda, caminhei mais um bom bocado, até enxergar a bendita mansão no meio do nada. Já eram 3 e meia da manhã, claro que não bateria na porta de ninguém naquele horário, então vi um grande celeiro ao lado da enorme casa, resolvi terminar de passar a noite ali, bem de manhã, sairia e iria pedir emprego na casa do fazendeiro. Entrei no celeiro e vi ser um lugar de armazenamento de feno, tirei minha roupa molhada e deixei secar, deitei no feno e logo o cansaço bateu, a chuva voltou a engrossar, só me lembro disso e apaguei.[...]Acordei com barulho de passos vindo em minha direção, mais que depressa vesti a roupa, que havia deixado secando, vi que já estava tudo claro, tinha amanhecido e a chuva havia ido embora.Me escondi entre o feno, quando vi um homem a observar o celular, ele andava de um lado para o outro, estava muito bem-vestido, e passava a mão pela cabeça de minuto em minuto, parecia preocupado. Tentei fazer o mínimo de barulho possível, mas de repente, me veio um espirro e não pude segurar, o homem que estava de costas, logo se virou e veio em minha direção.— Quem é você? E o que faz dentro de minha propriedade? Eu muito assustada, tentei falar, mas não conseguia.— Se não responder, irei chamar a polícia!Nesse momento me levantei, a polícia aqui seria o meu fim, eles contatariam a minha mãe, e o desgraçado de meu padrasto saberia onde estava, então comecei a falar.— Por favor, não precisa chamar a polícia. Meu nome é Aurora, eu não sou nenhuma ladra ou coisa assim, só acabei dormindo aqui, pois vim procurar por um emprego.— Emprego? — Disse nervoso — Acha que arrumaria emprego invadindo a propriedade de alguém?— Eu não invadi! — Tentei me defender — É porque cheguei bem cedo e não quis incomodar.Ele ficou em silêncio, me analisando por alguns minutos.— Aurora. — Disse parecendo pensativo — O que você sabe fazer Aurora?— Eu sei cozinhar, lavar, passar, e cuidar de crianças, mas também faço qualquer coisa de serviço braçal, é só me ensinarem, eu costumo aprender as coisas com facilidade.— Cuidar de crianças? — Perguntou curioso.— Sim, eu cuidei da minha irmã desde recém nascida até os dois anos, sei tudo sobre crianças, não importa a idade.Ele pareceu pensar por um tempo, antes de falar.— Venha comigo!Mais que depressa, segui aquele homem até a grande casa. Ele entrou e eu continuei a segui-lo, de repente, comecei a escutar um barulho de bebê chorando, quanto mais caminhava, mais o barulho ficava mais alto e nítido, então ele entrou num quarto, e eu vi um pequeno bebezinho deitado na cama, chorava tanto que parecia já está sem forças, o homem olhou para mim e disse.— Faça-o parar de chorar!Eu, ainda desacreditada, me aproximei do pequeno ser, peguei-o no colo e vi que estava morrendo de fome e sujo.— Ele está com fome, e provavelmente com as fraldas cheias.— Me siga. — Falou virando as costas.Voltei a segui-lo, agora com o bebê no colo, chegamos a uma cozinha, lá preparei o leite e dei ao bebê, logo percebi que o bebezinho precisava de um banho urgente.— Onde posso dar banho nele? — Perguntei com a voz mais firme.O homem me guiou até um quarto, onde havia um banheiro com uma pia grande, e com aquecedor na torneira, ele me deu uma bolsa, onde continha duas fraldas e uma peça de roupa, enchi a pia com água morna, peguei uma toalha na gaveta. Logo fui para o quarto, tirei sua roupinha e fralda, coitadinho! Parecia que não havia sido trocado há mais de um dia. Vi se tratar de um menininho recém-nascido, pois o umbigo ainda não havia caído. Levei-o cuidadosamente para o banheiro, fazia tudo sob o olhar daquele homem, e lá dei um banho bem gostoso nele, dava para perceber o quanto estava relaxado, pois em seguida, após vestir sua roupinha, ele dormiu. Coloquei-o na cama e fiquei de pé, frente ao homem, ele me encarava com um olhar indecifrável, parecendo querer ler a minha mente.— Quantos anos você tem? — Perguntou direto.— Dezoito senhor. — Não era completamente mentira, pois só faltavam dois meses para completar.— Disse que está procurando emprego, bem... — Pensou antes de continuar. — Preciso de alguém para cuidar dessa criança, você se interessaria?— Claro! — Mais que depressa respondi.— Mas, não é tão fácil assim, o emprego é período integral, ou seja, não haverá folgas, caso queira sair ou resolver algo pessoal, está livre em qualquer dia e horário, entretanto, precisa levá-lo com você, e terá que morar aqui, com direito a alimentação e nenhum custo com despesas.— Eu aceito!Respondi depressa, sei que essa parte de não ter folga pesa um pouco, mas não estou tendo opção alguma no momento, além disso, sem despesa alguma, posso juntar dinheiro e daqui a um ano, poderia ir embora para outro lugar, fora que nem tenho para onde sair.— Tão depressa assim? Nem te falei quanto pagaria ou sobre as exigências. O quão desesperada você está para arrumar um emprego? — Curioso perguntou.— Eu, bem... — Gaguejei um pouco. — Eu estou precisando muito, é só por isso!— Qual seu nome mesmo?— Aurora.— De onde você é Aurora?— Da capital. — Menti mais uma vez, não podia falar de onde era ainda, talvez mais para a frente eu contaria a verdade, precisava ganhar a confiança dele primeiro.Ele me observava, parecia conseguir sondar minha alma.— Aurora, 18 anos e da capital. — Resmungou para si. — Se quiser mesmo, o emprego é seu, te pagarei 4.500 reais, fora o adicional noturno, começará a partir de agora, você dormirá neste quarto com a criança. — Começou a dar ordens. — Estará sendo observada em todo tempo, até que seja realmente digna de confiança. Quero que faça uma lista de tudo que o menino precisa, ele só tem aquelas coisas dentro da bolsa, daqui há uma hora, iremos para a capital comprar tudo que você listar, não poupe nada, liste tudo que seja necessário, e como vamos para já estamos indo para capital, aproveite e passe na sua casa para pegar seus pertences.— Sim senhor.Após dá as ordens, se retirou do quarto. E foi aí que caí minha ficha, já estava empregada, faria algo que gosto, que era olhar criança, receberia um bom salário, e teria um lugar para morar e comer de graça.— Bom demais para ser verdade. — Pensei em voz alta.Já que estava sozinha naquele quarto imenso, quero dizer, sozinha não, pois aquele pedaço de gente estava dormindo feito anjinho naquela enorme cama.Após pensar em tudo por alguns minutos, comecei a analisar o lugar que estava. Era um quarto enorme e luxuoso, com uma cama de casal super king, que o bebezinho parecia uma formiguinha sobre ela, no quarto havia duas poltronas, uma mesinha de centro e um grande armário, o banheiro era espaçoso, e havia uma banheira. Logo analisei a bolsa do bebê, só havia restado uma fralda dentro e uma pequena manta, mais nada. Aquela situação estava muito estranha, havia um recém-nascido, que estava praticamente largado numa casa luxuosa, onde havia um homem, que não parecia ter algum tipo de vínculo com o menino. Não havia sinais que morasse outra pessoa ali, pior, não havia sinais da mãe da criança!Minha cabeça começou a criar muitas teorias, então, deixei de lado por enquanto e comecei a fazer uma lista no celular, do que ele precisava. Como o homem disse que tudo que o bebê tinha estava na bolsa, queria dizer então que ele não tinha nada. Escrevi tudo o que um bebê precisa, era como se estivesse montando um enxoval, desde roupas e fraldas, a berço e brinquedos.Dado exatamente uma hora, o homem voltou ao quarto.— Está tudo pronto? — Perguntou.— Sim.— Então vamos!— Senhor, iremos levá-lo? — Perguntei me referindo ao bebê.— Mas é claro, esqueceu que te disse que você começaria a trabalhar hoje? A partir de agora, onde você for terá que ir com ele.Virou as costas e saiu, peguei o bebê e fui atrás do homem. Chegamos a uma garagem escura onde havia dois carros, mas um estava coberto com uma capa preta.O homem entrou no carro e me esperou, percebi que não havia um bebê conforto.— O bebê precisa ir num bebê conforto. — Disse preocupada.— Você esqueceu o que disse, que o que ele tinha, era apenas aquilo que estava na bolsa? Espero que tenha colocado isso na lista também, entre atrás e vá segurando-o.Imediatamente fiz o que mandou. Deu partida no carro e fomos em direção a capital.Observava a estrada, nem parecia a que havia passado ontem a noite, então, passamos pela ponte, e me lembrei do episódio passado ali, pensei naquele homem, e como ele devia está naquele momento, de repente percebi estar sendo observada, o homem que dirigia me olhava pelo retrovisor.— Está tudo bem? — Perguntou curioso.— Está sim. — Respondi depressa, não contaria o que passou aqui ontem.Comecei a analisar o bebê, era um menino tão lindo, com cabelinhos escuros e lisos.— Qual o nome dele, senhor? — Perguntei.— Não sei ainda, estou indo registrá-lo agora.Aquela fala me pegou de surpresa, como assim? Ele iria registrá-lo, então ele era o pai? Mas como não sabia o nome que iria pôr no próprio filho, e mais, cadê a mãe da criança? Eram tantas perguntas, mas não era o momento ainda de fazê-las, então só fiz mais uma.— E o senhor, como se chama? — Lembrei que ele não havia falado seu nome.Como iria trabalhar para alguém que nem sabia como se chamava?— Meu nome é Oliver!— Senhor Oliver, quantos dias de vida ele tem? — Dois. — Ele já fez o teste do pezinho? — Perguntei curiosa. — O quê? — Respondeu como se não soubesse do que se tratava. — É um exame essencial, feito nos primeiros dias de vida do recém-nascido, ele diagnóstica precocemente algumas doenças.— Faremos assim, hoje compramos o que estamos precisando, amanhã iremos fazer todos os exames médicos necessários, tudo bem? — Respondeu sem paciência.— Tudo bem.O resto do caminho foi em silêncio, quando chegamos na capital, a primeira loja que passamos foi para comprar o bebê conforto e o berço. Chegamos ao cartório, e me sentei próximo à porta de saída, olhava a rua enquanto o homem aguardava ser atendido, até pensei que a mãe da criança aparecia para registrar o filho, mas nada! Haviam três pessoas para serem atendidas antes dele, então tive a incrível ideia enquanto esperava, vi uma loja de roupas femininas ao lado do cartório, resolvi ir lá comprar algumas peças para mim. Com o
Eram 6 da manhã e já estava de pé, já havia me vestido. Estava arrumando algumas gavetas, quando alguém bateu na porta do quarto, logo abri, era o homem que havia descarregado as coisas do carro ontem quando chegamos da capital.— Bom dia senhorita Aurora, me chamo Joaquim, sou motorista do senhor Oliver, vim dizer que o carro está pronto para irmos à capital, na hora que a senhorita quiser sair, estou encarregado de levá-la ao hospital para fazer todos os exames do bebê.— Ah, o senhor Oliver não vai? — Perguntei curiosa.— Não senhora, ele saiu muito cedo hoje.— Tudo bem, irei arrumar o bebê e já desço para irmos.Fechei a porta do quarto e fui dar banho no bebê, que parecia muito confortável na banheira.— Você parece tão confortável agora pequenino, se você fosse meu, te chamaria de Noah.Após arrumar aquele pedacinho de gente, organizei sua bolsa, desci e tomei café, tudo com o bebê no carrinho, depois o peguei no colo e fomos para o carro, ajeitei-o no bebê conforto. J
— Demitida? — Meu coração chegou errar as batidas. — O que houve, senhor, o que fiz de errado? — Achou mesmo que sou burro menina? — Levantou-se nervoso e veio em minha direção. — Aurora. Mora na capital, tem 18 anos e um Pinscher possuído pelo demônio. — Engoli seco. — Sabe de uma coisa, achou mesmo que colocaria dentro da minha casa alguém sem saber as procedências? Fui descoberta.— Me desculpa, senhor, eu menti, devia ter falado a verdade desde o começo. — Tarde demais! — gritou. — Sabe o que mais me impressionou? A sua capacidade e rapidez de inventar mentiras! — Eu estava precisando muito desse emprego e... — Cala a boca! — Gritou outra vez. — Se tem algo que eu odeio nesse mundo, é a mentira, sabia? Quero que arrume suas coisas e saia da minha casa imediatamente! — Mas está de noite. Nesse momento ele se encostou tão próximo a mim que fiquei com medo de sua reação, até parecia um déjà vu.— E o que eu tenho a ver com isso? — Abaixou a voz. — Não é você que gosta
Acordei no outro dia quebrada, parecia haver dormido em cima de pedras, Noah tinha acordado mais de três vezes na noite, e não queria dormir na última vez que acordou, como não tinha muita coisa para fazer, e ele ainda estava dormindo, resolvi ligar para minha amiga Isa, que com certeza estava morrendo de preocupação comigo.No dia anterior, havia comprado um chip novo para o celular, mesmo sabendo que minha mãe não iria me ligar com certeza, tinha medo do sem escrúpulos do Sandro querer vir atrás de mim, ou tentar me ligar fazendo ameaças. Sandro era um homem muito rigoroso dentro de casa, e vaidoso também, aquele prato de comida deve ter dado a ele uma boa cicatriz no rosto, e conhecendo como ele era, sabia que não deixaria esse fato passar em branco, além disso, ele não falou nada para a minha mãe, esperava se vingar sozinho, e sabe lá que método usaria. Por ser um funcionário que trabalha no ministério público, tinha acesso a muitas coisas, e conhecia gente importante também, ser
Dentro do quarto, comecei a pensar na situação que eu havia me metido, estava sozinha no mundo, morando agora na casa de um homem totalmente desconhecido, longe da cidade, e cuidando de um bebê que eu não tinha ideia quem era a mãe, não teria mais um salário, e estava vista como mentirosa pelo meu patrão, eu não poderia mais ficar ali, não havia motivos. Comecei a arrumar minhas poucas coisas na bolsa, quando o Noah começou a chorar, o peguei no colo e vi que estava ardendo em febre, peguei um remédio dentro da farmacinha que eu havia feito, dei a ele e depois dei um banho, esperando que a febre baixasse. Eu não havia tomado café da manhã e muito menos almoçado, decidi que não iria comer nada naquela casa, para que Oliver não pensasse que estaria ali apenas pela comida e pelo abrigo, era certo que eu ficando na casa cuidando do Noah mesmo sem ganhar um tostão, era mais seguro do que andar a deriva por aí sem saber como seria daqui para frente, mas estava gostando daquele bebezinho,
— Embora, como assim? — Saulo perguntou sem entender nada, parece que Oliver não comentou nossa última conversa com o amigo. — Eu sou menor de idade, o senhor Oliver me mandou embora. — Mas você já é quase maior, quanto tempo falta para fazer 18? — Só dois meses, mas não é isso. — Continuava chorando. — E o que é então? — Mesmo que eu complete meus dezoito, não posso ficar aqui, pois não posso trabalhar registrada. — Acabei soltando a minha preocupação, que estava matutando na minha cabeça, Sandro descobriria onde estava, ele viria atrás de mim, acabaria com a minha vida ou sabe lá o que conseguiria fazer. — Aurora, você deve algo a justiça? Está fugindo de algo? — Saulo perguntou assustado sem entender. — Não é isso, deixa quieto, você não entenderia. Nesse momento percebi o qual frágil estava, que quase ia contando a minha história para o Saulo. Me recompus, peguei o copo de água e me levantei. — Com licença, preciso ficar com o Noah. — Espera, só mais uma coisa, o
Com aquele clima pesado na cozinha, eu não sabia o que fazer. — Falta só o pernil terminar de assar senhor. — Ande depressa, que estou morrendo de fome, sabe que gosto das coisas no horário certo. Após falar com a mulher se dirigiu o olhar para mim. — O menino já está melhor? — Perguntou sem um pingo de expressão no rosto. Eu não acreditava, que aquele homem soube que o filho passou mal, não se preocupou em nenhum momento, saiu de casa cedo e faria essa pergunta sem nenhum sinal de preocupação no rosto. — Sim, senhor, o seu filho está melhor. — Enfatizei o nome filho, para ver se o comovia um pouco. Ele me encarou por alguns segundos, esperando talvez que eu falasse mais alguma coisa, mas simplesmente virei as costas e saí com o Noah. Fui passear no jardim, estava um dia lindo, andei perto das árvores, já era quase meio-dia, e o sol estava muito quente, mas as grandes árvores davam uma enorme sombra. Noah estava acordadinho, seus olhinhos estavam abertos, coisa que e
Passeei mais um pouco com o Noah, minha barriga roncava de fome, mas só comeria depois que Oliver saísse da cozinha. Estava entrando na casa, quando meu celular tocou. Era um número privado, estranhei porque apenas Isa tinha meu número novo. — Alô. — Atendi.— Vagabunda, eu vou encontrar você, e antes de deformar a sua cara inteira, terminarei o que comecei. Após falar, desligou. Eu sabia muito bem quem era, conhecia aquela voz nojenta em qualquer lugar no universo, era ele, Sandro! Meu coração errou as batidas, por um segundo fiquei tonta e quase caí no chão com o Noah. Meu maior pesadelo estava acontecendo, ele estava atrás de mim, como conseguiu meu número? Será que ele já sabia onde eu estava? Minha cabeça girou mais um pouquinho, então por medo de cair do lado de fora com o bebê, fui para dentro da casa. Entrei tremendo tanto, que ignorei Oliver e Saulo me chamando, nem me importei, continuei andando e entrando no quarto, coloquei Noah na cama e me sentei no chão, esta