*****André Burck*****
Desde ontem, quando Dani avisou que Gaya havia acordado do coma, estive ansioso por vê-la. Porém, como médico, ele pediu para dar um tempo, ela ainda estava muito confusa.
Estas últimas três semanas não foram fáceis. Assim que o quadro de saúde dela estabilizou, tivemos de tirá-la do hospital por questões de segurança.
Hoje, quando cheguei na fazenda, ela tinha acabado de dormir. Então liberei a enfermeira para descansar um pouco.
Apesar da fisionomia abatida e das olheiras fundas, Gaya continua linda. O cabelo está diferendo da forma como costumava ser. Nas poucas vezes que a encontrei, ela esteve com os fios lisos e presos, agora estão crespos, o que talvez seja o natural, porém não menos bonitos.
Enquanto velo por seu sono, observo seus traços delicados e me deixo levar por um impulso incontrolável de tocá-la. Acaricio sua mão de leve e Gaya desperta assustada.
— Quem é você?
Num movimento brusco, ela puxa a mão da minha. Apavorada e visivelmente fragilizada,