***Gaya Matarazzo***
O som de um “bip” contínuo e irritante invade meus ouvidos.
A dor latejante se alastra pela minha cabeça no instante em que abro minimamente os olhos.
“Onde estou?”
Forço as pálpebras a se manterem abertas, mas a dor aumenta e um gemido trêmulo escapa de mim.
Confusa, tento me mover, mas os braço e pernas pesam feito chumbo.
“Ai, Deus! O que aconteceu comigo?” — Penso e logo em seguido o barulho de uma porta abrindo e fechando retumba dolorosamente em meus tímpanos.
— Ela está acordando, ligue para o Doutor Daniel. — uma voz feminina ecoa pelo ambiente.
Ouço passos se aproximando. Mesmo com a visão ainda turva, vejo uma mulher de meia-idade, de olhar sereno e sorriso gentil. Ela chega bem perto da cama, segura em minha mão e fala com ternura.
— Calma, querida, não se agite. Vai ficar tudo bem, logo o médico virá vê-la.
“Médico? Onde estou e como vim parar aqui?” — questiono mentalmente.
A sensação pastosa na língua e o amargor na boca me fazem perceber que estou c