Isadora

O consultório tem o cheiro característico de hospital, misto de álcool e algo levemente adocicado que nunca consigo saber exatamente o que é. Estou deitada na maca enquanto o médico faz algumas perguntas e examina minha pressão, meus reflexos, escuta minha respiração com o estetoscópio gelado encostando na pele. Sebastian está sentado logo ao lado, com as mãos apoiadas nos joelhos, atento a cada gesto, cada palavra, como se fosse capaz de decorar tudo e, se necessário, repetir depois para me proteger de qualquer detalhe que eu deixasse passar.

— Não parece ser nada grave — o médico diz por fim, guardando o aparelho no bolso do jaleco. — Mas quero ter certeza. Vou solicitar alguns exames de sangue, um ultrassom e mais alguns complementares. Assim a gente descarta qualquer suspeita.

Sebastian se adianta antes que eu possa falar:

— Ela vai fazer todos, doutor. Cada um deles. Pode ter certeza.

Não consigo evitar um pequeno sorriso ao ver o jeito decidido dele, quase