Eu estava sentada no sofá, o celular na mão, com o vídeo de Carolina pausado na tela. O rosto dela, firme e ao mesmo tempo marcado por uma dor contida, parecia me encarar de volta. As palavras dela ainda ecoavam na minha cabeça — traição, falsificação, confiança quebrada. Eu não sabia se sentia alívio por alguém ter tido coragem de expor Henrique, ou um certo amargor por perceber que, de alguma forma, ele tinha um padrão: destruir qualquer um que ousasse confiar nele.
Meus pensamentos foram interrompidos quando senti o peso afundar levemente o sofá ao meu lado. Olhei de relance e encontrei Rebeca. Ela não tinha a expressão desafiadora que eu estava acostumada a ver, nem o tom de ironia que sempre acompanhava qualquer interação entre nós. Apenas se sentou, ajeitando o cabelo com um gesto quase automático.
— Como você está? — perguntei, mais por impulso do que por real expectativa de resposta.
Ela hesitou, desviando o olhar para algum ponto indefinido da sala.
— Estou bem… — r