Irina Smith
Acordei com a luz filtrando pelas frestas da cortina, projetando riscos dourados no quarto silencioso. O quarto estava mergulhado numa paz enganosa. Do lado de fora, a cidade começava a se agitar, mas aqui dentro… tudo parecia suspenso. O lençol grudava à minha pele quente, o travesseiro ainda úmido pelo choro da noite anterior. E, mesmo assim, havia um estranho sorriso preso aos meus lábios.
Sonhei com ele.
Evan.
Não como Afrodite, sonhei como mulher, como carne, como alma exposta.
No sonho, eu não usava máscara. Ele a tirava do meu rosto. Evan me tocava como se me conhecesse. Como se soubesse onde estavam todos os meus botões, todas as minhas fraquezas, todos os meus limites.
Sonhei que eu o deixava entrar.
Que eu me desfazia, gemendo seu nome, sem vergonha, sem barreiras.
E acordei com o corpo pulsando de desejo e a alma latejando de medo.
Fechei os olhos por alguns segundos, tentando prender a imagem dele na minha mente. Era inútil. Evan sempre me escapava. Mesmo quand