A manhã em Nova York amanheceu cinza e úmida, como se o céu refletisse o turbilhão que Evan carregava dentro de si. Ele estava parado diante da porta da cobertura, já vestido para o dia, mas sem pressa de sair. O blazer pendia solto sobre seus ombros largos, o relógio de aço cintilava no pulso, e o nó da gravata, mesmo perfeitamente ajustado, parecia apertar mais do que o necessário. Um desconforto que não vinha do tecido, mas da carne. Da mente. Da alma.
Afrodite. Ou melhor… Irina.
A mulher mascarada. A fantasia viva. O enigma que ele não conseguia mais ignorar.
Desde que a viu pela primeira vez, naquele vídeo misterioso da VIP Rooms, algo dentro dele se rompeu. Uma fissura antiga. Um desejo latente que ultrapassava o mero tesão. Irina o tirava do eixo, com sua voz aveludada, com a forma hipnotizante como deslizava os dedos pelo próprio corpo, com o jeito calculado de olhar para a câmera e o desafiar. Ela não se submetia. Ela não implorava. E era exatamente por isso que ele a deseja