Quando percebeu, já estava no caminho. Pegou as chaves do Aston Martin sem pensar, entrou no carro e deixou que o instinto o guiasse. Não precisava de GPS. O trajeto até lá estava tatuado na sua memória. O Black Room. Seu refúgio. Seu templo. O único lugar onde ele não precisava fingir ser civilizado.
A noite estava fria, pesada e silenciosa, exceto pelo som contínuo dos pneus deslizando sobre o asfalto molhado. Evan apertou o volante com força, os dedos longos e firmes se cerrando como se aquilo fosse capaz de conter o turbilhão que fervia dentro dele. Seus olhos estavam semicerrados, a mandíbula travada, o maxilar pulsando de tensão.
Ele sabia dizer exatamente o que havia desencadeado aquele estado. O encontro com os seus pais sempre mexia demais com ele.
Ao chegar, reduziu a velocidade e parou diante de um prédio discreto, de fachada escura, sem janelas, sem letreiros. Apenas uma porta de metal negro e um símbolo minimalista gravado: um losango cortado por uma linha vertical. Era