A porta do bangalô se abriu com um estrondo abafado, fazendo eco nas paredes de madeira e no chão de tábuas antigas. Nicole entrou primeiro, pisando firme, com o rosto ruborizado de raiva e os olhos azuis faiscando como se contivessem tempestades inteiras. O vestido claro que usava balançava ao redor de suas coxas, mas nada naquela imagem passava leveza. Ela exalava indignação, fúria, vulnerabilidade.
Pablo entrou logo atrás, confuso. Os olhos escuros observavam cada gesto da namorada com atenção, tentando entender o que, em questão de minutos, transformou a mulher doce e provocante que segurava sua mão minutos antes, em uma tempestade prestes a explodir.
— Nicole? — ele perguntou, fechando a porta atrás de si. — O que houve, amor?