O céu lá fora estava claro, com nuvens preguiçosas deslizando lentamente. O som dos pássaros era novo pra mim. Estranhamente novo. Como se o silêncio daquele quarto ainda ecoasse nos meus ouvidos e tentasse abafar qualquer som de liberdade. Eu estava sentada na janela do quarto que agora era meu e de Briana. Um quarto de verdade. Com cortinas que dançavam com o vento, colchão macio e cheiro de lavanda. Quase parecia um sonho... Mas às vezes, eu acordava assustada, esperando ver de novo aquelas paredes sujas, ouvir os passos pesados se aproximando. Mas não. Agora havia sol, havia calor… havia vida. Apesar disso, toda noite... é sempre igual, o vazio vem. E eu oro. Oro baixinho, de olhos fechados, pedindo pra Deus tirar esse sentimento de dentro de mim. Essa tristeza que chega sem avisar, mesmo quando eu tô sorrindo o dia inteiro. É como se minha alma ainda não tivesse voltado inteira. Mas eu estou feliz. Eu juro que estou. Ver a Briana dando leves sorrisos, sem ao menos perceber.
A sala de reuniões estava silenciosa, exceto pelo som de gelo tilintando no meu copo. Eu não conseguia parar de pensar nela. A forma como a luz dourada do entardecer tocava o rosto da Briana… como se o mundo tivesse parado por um instante só pra pintar aquela imagem na minha memória. Mas a porta se abriu e quebrou o feitiço. Alex entrou primeiro, direto, como sempre, seguido de Theo, que trazia uma expressão entre provocação e curiosidade. Sentaram-se à minha frente sem cerimônia. Theo: E aí, Nick — começou o mesmo, esticando as pernas. — Tudo certo com as meninas? — ele diz me olhando intensamente, sabendo que odeio que me chamem de Nick, só ele, Alex e a Amber me chamam assim. Don Niklaus: Estão bem — respondi, com firmeza. — Estão seguras, sob cuidado, e agora... agora é nosso dever manter isso assim. Alex: Melinda parece estar se adaptando — disse o mesmo, calmo, mas com um sorriso nos lábios. — Conversamos hoje cedo, tem algo nela… forte. Mas ainda frágil. Theo: E Bri
O silêncio da noite nunca pareceu tão ensurdecedor. A fumaça ainda grudava em minhas roupas, mesmo após o banho. A mansão... minha fortaleza... foi violada. Os homens de Niklaus me tiraram tudo: poder, respeito... elas. Briana e Melinda eram peças fundamentais, símbolos do controle que eu exercia sobre aquele mundo podre. E agora estavam longe. Livres. Maldita seja essa palavra. Livres. E Niklaus... Niklaus se acha um herói. Um redentor. Mas ele só cavou a própria cova. Saí da propriedade em chamas sem olhar para trás. Não porque era forte. Mas porque olhar seria admitir que perdi. E eu não perco. Não por muito tempo. O carro preto me esperava. Entrei sem dizer uma palavra. Os olhos do motorista evitavam os meus, como se temessem encontrar algo pior do que raiva. Estava certo em temer. Don Alexander: Mansão do Lúcio. Agora. — O caminho foi silencioso, e a raiva latejava dentro de mim. Hamel: Chegamos. — ele fala, parando em frente a mansão. Desço do carro e vou em direção, obse
A noite caía devagar, mas minha mente estava em chamas, principalmente depois das palavras de Suzane, eu não tenho intenção nenhuma de machucar Briana, mas era que eu conseguiria dar o amor que ela merece? Estava no meu escritório, pensativo... Desde às conversas com Amber e Suzane, eu mal tenho visto Briana, talvez, por proteção a mim e a ela, acabei afastando-a, mas eu a observo, de longe, mas sempre de olho nela e ver o quanto ela está progredindo, me alegra, ela está se curando, assim como Melinda também. Alex entrou no escritório às pressas, o celular ainda na mão, o rosto fechado, olhei para o mesmo arqueando a sobrancelha. Alex: Acho que irá gostar das informações que trouxe para você, ou não irá gostar tanto, não sei. — Eu conhecia bem esse tom de voz dele, a bomba está vindo. Don Niklaus: Fala. — pedi, seco. Alex: Don Alexander... ele não desapareceu. Está hospedado na mansão do Lúcio. — Meu corpo inteiro ficou tenso. — Acho que estão se aliando contra você. — Fec
O céu estava tão bonito... Tão em paz. Eu gostava daquele banco, daquele jardim, da forma como as folhas da figueira se mexiam com a brisa. Aquilo me fazia sentir viva. E por alguns minutos, quase me esquecia de tudo que tinha vivido. Quando ouvi a voz dele, meu coração disparou. Don Niklaus... Não entendo o que acontece comigo quando ele está por perto. Meu peito aperta, minha respiração muda, e até o silêncio se torna confortável. A presença dele me faz sentir segura... E isso me assusta. Muito. Senti seu corpo se aproximando e meu coração martelando. Quando ele pegou minha mão, um calor percorreu meu corpo inteiro. E então, quando ele falou sobre meu pai e Don Alexander, meu corpo ficou rígido. Doeu, mas... mais do que dor, senti um nó apertar por dentro. Ele sabia. E ainda assim, estava ali. Prometendo me proteger. Prometendo me ver. As palavras dele me desarmaram. “Você me devolveu algo que eu achava ter perdido.” Foi aí que tudo tremeu dentro de mim. E quando nossos lábios s
Eu não conseguia acreditar no que eu estava vendo, o meu coração apertou, a dor no peito aumentou e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, a minha mãe, a minha mãezinha, ela partiu, me deixando sozinha neste mundo, sim, sozinha, eu tenho o meu pai, mas não é a mesma coisa, ele não faz nada por mim, nunca fez, e tenho certeza que não fará, mesmo sendo só nós dois agora! Eu não queria acreditar que eu não teria mais a minha melhor amiga comigo, a pessoa que mais amo nessa vida, que sempre esteve ali por mim, sai do quarto e fui em direção à rua, o meu mundo todo parecia que estava acabando, a chuva começou cair e eu a acompanhei, caí de joelhos no chão me permitindo chorar e gritar, a dor que eu estava sentindo era insuportável, Deus, porque, logo ela, a minha parceira de tudo.Respirei fundo, arrasada, levantei-me sentindo uma presença atrás de mim, quando me virei, dei de cara com o meu pai, o mesmo me olhava com desgosto, e eu sempre perguntei-me o porquê de ele me tratar
Briana: Eu prometo mamãe, que eu vou ser uma pessoa melhor pela senhora, que eu tentarei ser forte, eu amo você, obrigada por cada momento maravilhoso que tivemos juntas. — dou-lhe mais um beijo na testa da mesma e coloco uma rosa vermelha nas suas mãos... Afasto-me e deixo o restante do pessoal se despedir dela, assim que todos finalizam, fomos em direção ao cemitério, o caixão da mesma começou a descer e junto dele, o meu coração foi junto, fechei os olhos e cai de joelhos perto do seu túmulo, joguei outra rosa vermelha e um punhado de areia sobre o caixão da mesma! — Eu te levarei para sempre comigo, eu te amo tanto, mamãe! Suzane ajudou-me a levantar-me e voltamos para a mansão, assim que adentramos o cômodo, vi o meu pai e a Lilian aos beijos na sala, aproximei-me deles, mesmo a Suzane tentando me tirar dali, fazendo-os notarem a minha presença. Lúcio: O que você quer aqui? Suba para o seu quarto, garota! Briana: A minha mãe não merecia nada disso, tenho certeza que ela mor
Eu sempre fui muito amiga da Olívia, ela sempre foi uma mulher de personalidade forte, qualquer um admirava ela, inclusive eu, nós duas nos tornamos melhores amigas, eu virei sua confidente e ela a minha, sempre ajudei a mesma, assim como ela sempre me ajudou... Quando a Briana nasceu, eu vi uma alegria nela que por muito tempo eu não via, a Briana trouxe a luz para a vida dela novamente, e com isso, trouxe para a minha vida também... O casamento dela e do Lúcio, nunca foi fácil, era bastante conturbado, ele sempre traiu à mesma, com diversas empregadas e até mesmo prostitutas, mas ela nunca havia pego ele no flagra, não até ele se envolver com a Lilian, lembro que a Briana já estava com seus 18 anos, quando ela pegou ele na cama com a Lilian, a mesma ficou arrasada, ela sempre foi apaixonada pelo mesmo, mas depois daquele dia, tudo mudou, a raiva começou a falar mais alto, eu lembro que ela estava no escritório dele e a Briana estava no quarto dormindo, ela gritava, dizendo que iria