116. Entre o Amor e a Justiça
Durval Montreal
Levanto-me da cadeira e a coloco no lugar. Vou até o purificador, bebo um pouco d’água, tentando me acalmar. Olho para a mesa de jantar — já está toda preparada. Mas como consigo pensar em comer com toda essa situação?
Jamais colocaria em risco a vida de quem amo, e muito menos encobriria os erros de alguém, mesmo que se trate do meu próprio filho... ou da minha irmã.
Fico algum tempo na cozinha, pensativo, até perceber Maria se aproximando, assustada, com o telefone nas mãos. Ela me abraça apertado, e logo pergunto:
— O que houve, meu amor? Por que está tão nervosa?
— Acabei de receber uma ligação da Tereza, mãe da Brenda — diz ela, ofegante.
— Aconteceu alguma coisa com eles? — questiono, preocupado com o estado de saúde de Ramon.
— Ramon teve alta hoje... está bem, na medida do possível.
— Por que "na medida do possível"? — pergunto, sentindo um aperto no peito.
— Porque a Brenda acaba de ser presa, acusada de tentativa de homicídio contra Carmen e Jorge.
— Mas iss