114. De Cabeça Erguida
Brenda Ortiz
Abraço meu pai apertado por um longo tempo. As palavras saem entre soluços:
— Me perdoa por tudo, papai... Eu imploro, me perdoa... Sei que errei muito, mas eu não sou uma assassina, papai... Eu não sou...
Choro como uma criança nos braços dele.
— Eu sei, minha menina... Sei que você não fez nada do que estão te acusando. Ninguém vai conseguir apagar você da lembrança do meu coração. Eu te amo, minha filha! — ele diz, acariciando meu rosto, beijando minha testa e me abraçando mais uma vez, com toda a força.
— Eu cometi tantos erros, papai... Abandonei minha filha, enganei o Gregorio... Mas já tô tentando consertar tudo. Não vejo a hora desse inferno acabar.
— Eu sei, minha filha. Fica tranquila, tudo vai se resolver — ele fala, passando a mão no meu cabelo.
Olho bem nos olhos dele.
— Como o senhor tá, papai?
— Tô muito bem, minha filha. Não foi dessa vez que o Senhor me levou pro lado dele — ele responde com aquele jeitinho brincalhão de sempre.
Dou uma risada entre as l