Na mente de Florian
Ele está sentado no chão. Acho que é chão. Aqui tudo é tão igual. Olho para os lados e tudo que vejo é cinza.
Me aproximo do homem que está sentado. Ele levanta a cabeça, e olhar seu rosto é como me olhar no espelho.
— Obrigado por salvá-la — digo.
— Ela nos salvou primeiro.
— Eu sei. Mas era você lá, levando o tiro pela mulher que amo.
— Éramos nós. A amamos. E chegou a hora de pelo menos um de nós deixar de ser egoísta.
— O que quer dizer?
— Que iremos nos fundir. Terá todas as lembranças dos poucos dias em que estive no controle. As dores que eu trouxe do passado vai desaparecer. O momento dessas dores foi outro. Agora é a vez de Florian enfrentar as próprias dores. Eu permitirei que sofra, sem que eu apareça para tentar acabar com tudo. Mesmo eu fazendo parte de você. — Ele ri.
— Confesso que não entendo nada. Parece que você está filosofando.
Sua risada se torna mais intensa. Jamais imaginei o Death rindo assim.
— Em palavras menos filosóficas: não aparecerei