HENRY
— Ela não sabe destrancar? Chame ela! — digo, como se tudo fosse muito simples, porém, ela me lança um olhar irritado e bufa impaciente.
— Ela ainda vai fazer quatro anos, sabia?
— Ela já alcança a maçaneta? Acho que é o básico, o resto a gente vai ensinando.
— Cala a boca! — ela exclama, forçando a maçaneta seguidamente. Me aproximo, procurando algum vão no batente.
— Dá para se afastar? — Olho para baixo e percebo que estou grudado as costas dela, que ainda tenta a maçaneta. Pigarreio e me afasto. Decido dar a volta na casa a procura de Eve pelas janelas. Vejo que ela está embaixo da janela da sala, entre o braço do sofá e a parede. Está escondida.
— Eve, é o Henry. Eve! Eu e a mamãe estamos trancados para fora de casa, só você pode nos ajudar. — ela se encolhe ainda mais. — Eve! Por favor, querida, vá até o hall. Eve!
— Não posso ir, estou escondida! — ela diz meio que cantarolando.
— Querida, não vamos conseguir te encontrar se estamos aqui fora.
Ela parece pensar um pouco,