Ninguém vai me chamar de vó.
HENRY
— Podemos ir a um lugar mais reservado? — minha mãe pergunta ao me ver me sentar na sala de espera.
— Olha, eu não vou me distanciar da minha mulher e do meu filho, só para ouvir merda vinda de você.
Me arrependo no minuto em que termino de falar, afinal de contas, ela é a minha mãe. Espero uma resposta sarcástica, porém o que vem depois disso, me pega totalmente despreparado. Ela se senta, apoia os cotovelos nos joelhos, a cabeça nas mãos e chora convulsivamente.
Ah, não! Ela quer transformar o meu momento, no momento dela. Viro as costas e sigo para o quarto de Deena.
— Filho... espera!
Escuto as minhas costas. Paro sem olhar para trás.
— Só... só me escuta um pouco, por favor!
Dou mais alguns passos em direção ao quarto.
— Só... me deixe me desculpar com você.
Droga! Volto alguns passos e a encaro de frente.
— Se desculpar sobre o quê? Sobre o casamento com Katiana? Sobre atrasar a minha felicidade, maltratar a minha mulher? Sobre o quê?
— Tudo! — ela diz em um grito sufocado