Enquanto Elisa se tranca no banheiro e o som da água do chuveiro ecoa pela casa, eu me ajeito na cama dela. Não é uma cama ampla e luxuosa como as que sempre tive, mas há algo nessa simplicidade que me atinge de forma inesperada. O colchão afunda sob meu peso, e eu me recosto contra a cabeceira, tentando ignorar a estranheza de estar naquele quarto que carrega a essência dela em cada detalhe. As cortinas claras, o cheiro suave de lavanda impregnado no ar, o abajur gasto que certamente deve ter acompanhado muitas noites de leitura solitária… Tudo grita Elisa. Tudo é dela. E, por algum motivo, me sinto mais confortável aqui do que em qualquer uma das suítes frias da mansão dos Kingsley.
Pego meu celular e abro a galeria, parando na foto que tirei mais cedo da nossa certidão de casamento. É quase inacreditável. Meu nome está ali, ao lado do dela. Julian Kingsley e Elisa Martins. Um documento que deveria ser apenas uma formalidade para manter aparências agora parece ter pes