O cheiro é o primeiro a me atingir.
Sangue seco. Ervas amargas. Madeira velha.
Abro os olhos devagar. A luz é fraca, mas suficiente para me lembrar que não estou mais na estrada.
Estou viva.
O teto acima de mim é de madeira escura, com vigas expostas.
Há uma lareira acesa em algum canto, mas o calor não chega até mim.
Estou deitada numa cama firme, coberta por lençóis ásperos e um cobertor pesado.
Meu corpo dói. Cada músculo parece ter sido arrancado e costurado de volta.
Tento me mover, mas uma pontada me paralisa.
A ferida na pata traseira, agora perna, foi tratada, mas ainda pulsa.
Freya está quieta. Silenciosa. Como se estivesse dormindo dentro de mim.
A porta range.
Um vulto entra.
Serys.
— Você acordou. — Ele diz, com a voz baixa, como se o som pudesse me quebrar.
— Onde estou? — minha garganta está seca, a voz sai rouca.
— Na clínica da matilha. Você foi trazida por... — ele hesita. — Por Lioran.
Meu coração falha por um segundo. Com a lembrança do que a