EPÍLOGO

POV: Artemísia

(CINCO ANOS DEPOIS.)

Solto um urro que ecoa por todo o templo.

Fecho os olhos, esperando a contração aliviar. Estou de cócoras, apoiada por Lioran, que segura minha mão com firmeza. No canto, Illía prepara uma infusão de ervas medicinais, o aroma forte e reconfortante preenchendo o ar.

Tento enxergar meus pés, o chão, mas a barriga enorme não permite.

Outra dor irradia pela lombar, como um raio atravessando meu corpo. A contração vem, dessa vez com um ardor intenso.

— Eu não aguento mais! — grito para Illía.

Ela sorri, serena como sempre.

— Você aguentou coisa pior. Muito pior. E isso é bom. Significa que está quase chegando.

Mesmo em meio à dor, as palavras dela me alcançam. Ela tem razão. Já senti dores que me rasgaram por dentro. Já morri, literalmente. Essa dor… É diferente. É feita de amor.

Lioran aperta minha mão mais forte.

— Está tudo bem? Se quiser, podemos ir para um hospital e…

Interrompo, a voz abafada:

— Não! Eu consigo fazer isso. E eu confio em Illía.

D
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