Ela piscou duas vezes, o envelope ainda em sua mão.
Por um segundo, seu cérebro não conectou.
Montblanc? A maior agência de talentos da Europa? A mesma que ela sonhava um dia ser notada? Por que diabos eles estavam mandando carta para Dorian?
Entregou o envelope a Filipe, mas seus olhos ficaram fixos nele até o último segundo.
— Tá tudo aí? — perguntou ele, secando o próprio rosto com a manga.
— Uhum — ela respondeu sem convicção.
No caminho de volta à cozinha, agora toda molhada, Francine começou a construir uma galeria de teorias.
"Será que Dorian é cliente da Montblanc?"
"Ou tem algum familiar famoso?"
"Talento escondido?"
"Dono da porra toda?"
"E se ele tiver ligações com o mundo da moda e nunca comentou nada?"
"Será que é ele o olheiro fantasma de quem as meninas vivem falando?"
Francine entrou na cozinha pingando, o cabelo grudado no rosto, a blusa colada nas costas e os chinelos fazendo “squelch” a cada passo.
Malu quase cuspiu o gole de café que tinha acabado de