Francine entrou na cozinha e jogou o pano de prato sobre a bancada com mais força do que o necessário.
— Malu, eu preciso descobrir o que o Dorian tá tentando fazer.
Malu, que mexia o café como quem fazia um feitiço, não tirou os olhos da xícara.
— Fiquei sabendo que ele deu bom dia até pras plantas hoje, né?
— Que espécie de maluco ele virou?
— Culpa sua! Não foi você que deixou o homem louco ontem no quarto?
Francine arregalou os olhos e logo desviou o olhar, como se a própria memória fosse indecente.
A imagem dele no chuveiro voltou com nitidez quase cruel — a água escorrendo pelos ombros largos, os músculos tensionados... e, mesmo debaixo d’água, dava pra perceber exatamente o que ela tinha provocado.
Cobriu os olhos com uma das mãos, como se isso pudesse apagar a lembrança.
— Achei que o banho fosse suficiente pra acalmar ele... — murmurou, meio rindo, meio querendo sumir do planeta.
— Pelo visto o choque foi demais. — Malu se encostou na pia com um sorrisinho sacana. — Tá tentan