36 - Maldição

Dorian saiu do banho ainda bufando, uma toalha amarrada na cintura e o orgulho em frangalhos.

A água gelada tinha ajudado pouco.

A imagem de Francine, de joelhos entre suas pernas, espanando "inocentemente" cada canto do quarto, ainda estava tatuada na mente dele como uma maldição.

Passou a mão nos cabelos molhados, decidido a se recompor.

Mas ao se aproximar da cama, o controle escorregou mais uma vez pelos dedos.

Sobre o travesseiro, uma folha dobrada cuidadosamente esperava por ele.

Dorian a pegou, desconfiado, e desdobrou devagar, como se soubesse que o conteúdo não ia ajudá-lo em nada.

“Levei meu uniforme pra lavar, caso precise usar de novo. Como sabe, sou uma excelente profissional.”

Ele encarou o bilhete por alguns segundos. Só alguns. Porque logo depois, riu.

Um riso seco, indignado. Incrédulo.

— Mulher infernal.

Jogou o papel sobre a cômoda e passou a mão pelo rosto como quem tentava se livrar de um feitiço.

Dorian olhou novamente para o bilhete.

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