O vapor do café subia lentamente da xícara de porcelana, espalhando um aroma adocicado que não combinava com o olhar frio de Natan.
Ele estava sentado perto da janela, observando o movimento da rua com o mesmo tédio de quem assiste a um mundo que já não lhe pertence.
Na televisão da cafeteria, um programa de variedades animava a manhã.
Vez ou outra Natan olhava para a tela, registrava algo e voltava a observar o movimento urbano.
O apresentador comentava sobre as novas campanhas de moda e, entre risadas exageradas, o nome de Francine surgiu na tela.
— “A nova queridinha brasileira das passarelas mundiais”, — dizia a repórter, — “depois de desfilar em São Paulo e Milão, Francine Morais é apontada como o rosto favorito para os desfiles da Paris Fashion Week”.
As imagens mostravam uma sequência de fotos: Francine em catwalks, flashes, sorrisos ensaiados..
Natan parou de mexer o café. O barulho dos talheres, das conversas, tudo pareceu sumir por um instante.
— “E os boatos sobre o romance