Pierre encostou-se no batente da porta com o ar teatral de sempre.
— Vai mesmo nos deixar, ma chère?
Francine ajeitou a alça da mala, sorrindo.
— Só por um tempo. Prometo que volto antes de vocês sentirem falta das minhas panquecas.
Adele cruzou os braços, fingindo indignação.
— Isso é impossível. Ninguém sente falta de panquecas quando se perde uma amiga.
O riso veio fácil, mas durou pouco.
Adele a envolveu num abraço apertado, quente, cheirando a lavanda e saudade antecipada.
— Merci por tudo, Adele. Por abrir a casa, o coração, e não me deixar enlouquecer.
— Você chegou aqui perdida e agora está indo brilhar. Não tem como não se orgulhar. Boa viagem.
Pierre piscou, tentando disfarçar os olhos marejados. Depois de meses com Francine sob sua tutela, ele já a considerava como uma filha.
— E se esse tal de Dorian te magoar, me liga. Tenho uma frigideira e não tenho medo de usá-la.
Francine gargalhou, enxugando as lágrimas.
— Eu prometo visitar sempre que estiver na França. E se Amelie