Para Lohan, não tinha se passado mais que alguns segundos.
Enquanto ajudava Francine a atravessar a multidão perto da entrada do salão, soltou o braço dela por um momento, distraído com uma breve saudação a um conhecido.
Quando voltou a olhar, Francine já estava parada a poucos passos dali, de frente para um homem alto, de semblante contido e olhar intenso, que lhe estendia um copo.
Lohan franziu o cenho.
O que para ela parecia uma eternidade, com aquele turbilhão de lembranças, olhares e silêncio denso entre os dois, para ele não passara de uma fração de tempo.
Não entendeu nada do que os ouviu dizer, porque as palavras haviam sido trocadas num idioma que não dominava.
Mas percebeu de imediato a tensão no ar.
Ele se aproximou, com a curiosidade misturada a um incômodo crescente, e parou ao lado de Francine.
— Ele é seu amigo? — perguntou em francês, a voz carregada de um tom leve demais para esconder o interesse real.
Francine desviou o olhar de Dorian, como quem desperta de