O escritório estava em silêncio, exceto pelo tilintar de gelo contra o cristal do copo de uísque de Cassio.
Ele ainda balançava a cabeça, incrédulo, com um meio sorriso provocador.
— Eu ainda não acredito que você foi parar num estádio de futebol. — Cassio reclinou-se na poltrona de couro, como quem saboreia a piada. — Achei que ia morrer e não ia ver essa cena.
Dorian, atrás da mesa impecavelmente organizada, ergueu os olhos do relatório que lia.
Um sorriso discreto, quase imperceptível, curvou seus lábios.
— Foi menos pior do que eu imaginava. — confessou, em tom seco. — O barulho, a confusão… suportáveis.
Cassio gargalhou.
— Suportáveis? Você estava abraçado comigo e gritando feito um torcedor fanático. Se não tivesse fotos e vídeos, ninguém acreditaria.
Dorian não respondeu, apenas virou levemente um copo de água nas mãos, como se analisasse cada gota com atenção exagerada.
O telefone de mesa vibrou, interrompendo a provocação. A secretária avisava pelo ramal:
— Senhor Villeneuve