Na manhã seguinte, Francine voltou ao Café como se nada tivesse acontecido no fim de semana.
As roupas glamourosas, os flashes e os olhares do desfile agora pareciam tão distantes quanto um sonho.
Em seu lugar estava o uniforme simples, o avental amarrado na cintura e a bandeja equilibrada com cuidado entre as mesas lotadas.
Mas, diferente de antes, ela carregava um brilho discreto nos olhos, como se tivesse descoberto que podia ser mais do que aquilo, sem precisar deixar de ser quem era.
Cada café servido era um lembrete de que estava em Paris, vivendo sua própria história.
A rotina era puxada, os clientes às vezes rudes, e os pés doíam no final do turno.
Ainda assim, Francine sorria, lembrando de pequenos detalhes do desfile: a energia das modelos, o bater dos saltos, o cheiro de maquiagem e perfume misturado ao calor das luzes.
O desfile não tinha mudado sua realidade imediata, mas tinha plantado uma certeza dentro dela: as coisas estavam caminhando.
E só isso já fazia seu