O táxi freou diante do aeroporto ainda envolto na penumbra suave do amanhecer.
O coração de Francine batia descompassado, e, por um instante, ela ficou imóvel, encarando o reflexo do vidro da janela como se ainda pudesse recuar.
Mas a lembrança da noite anterior veio como uma lâmina: a espera arrastada pelo pagamento, o instante em que a demora abriu espaço para que Natan se impusesse, como sempre fazia, deixando atrás de si um rastro de medo e vergonha.
A raiva subiu quente em sua garganta.
Ela puxou a carteira com firmeza, tirou uma nota e, quando o motorista abaixou a mão para pegar o troco, ela apenas balançou a cabeça.
— Pode ficar — disse seca, sem olhar para trás.
Bateu a porta com força e, com passos decididos, avançou rumo ao saguão.
O ar frio do aeroporto lhe atingiu o rosto, mas, em vez de gelar, trouxe uma estranha sensação de liberdade.
Aproximou-se do balcão de atendimento com a pressa de quem não pode se dar ao luxo de hesitar.
— Quero a próxima p