O sol nascia tímido sobre o campo, dourando as folhas úmidas e o telhado do chalé onde Camila vivia agora.
Era o primeiro dia em semanas que ela acordava sem sentir o peso do medo — apenas a presença leve e quente do filho dormindo em seus braços.
Gabriel.
O pequeno respirava tranquilo, com o rostinho colado ao peito dela.
Cada respiração dele era um lembrete de que tudo valera a pena.
Camila beijou-lhe a testa e sussurrou:
— Você é o motivo de eu não desistir.
Levantou-se, caminhando devagar até a varanda. O ar fresco da manhã trazia cheiro de mato e terra molhada.
Por um instante, ela fechou os olhos e acreditou que o passado tinha ficado para trás.
Mas a paz, às vezes, é apenas o silêncio que antecede a tempestade.
A caminhonete preta estacionou diante do chalé pouco tempo depois.
Beatriz saiu do carro usando óculos escuros, o cabelo preso em um coque impecável.
Mas bastava olhar com atenção para perceber: algo dentro dela havia se quebrado.
Nenhum disfarce escondia o