(original, humanizado, profundo e com tom romântico/intimista)
A noite havia caído com uma serenidade rara em Santa Clara.
O vento batia de leve nas janelas do chalé, trazendo o cheiro de mato molhado e uma quietude quase sagrada — como se o mundo inteiro tivesse parado só para eles.
Camila estava na cozinha, preparando um chá, quando escutou os passos de Ricardo entrando. Ela reconheceria aquele jeito de caminhar mesmo no escuro. Havia algo suave, mas ao mesmo tempo firme — como se cada passo carregasse o peso das dores, escolhas e amores que os trouxeram até ali.
Ela não se virou. Talvez porque seu peito ainda estivesse em turbilhão desde a conversa anterior…
ou talvez porque, no fundo, temesse que olhar para ele fosse o mesmo que admitir o que ainda sentia.
Ricardo parou a poucos metros dela, respirando devagar.
— Está melhor? — perguntou ele, a voz baixa, quase um sussurro.
Camila segurou a xícara com força — não de medo, mas de tudo o que aquele homem fazia nascer dentro dela.
—