Na noite seguinte à revelação do Observador, Miguel foi tomado por um sono repentino, como se o próprio tempo tivesse lhe puxado. Quando abriu os olhos, estava em um lugar que reconhecia, mas que parecia diferente — a antiga casa de Clara, mas quando ainda era seu lar.
Ele ouviu risos. Pequenos e puros. E ali, no centro da sala, estava ele… com cerca de cinco anos. Clara preparava algo na cozinha, e uma estranha brisa soprava pelas janelas fechadas.
De repente, a criança-Miguel começou a chorar. O ar ficou pesado. As sombras da casa se esticaram. Clara largou tudo e correu até ele, ajoelhando-se e o envolvendo em seus braços.
— Shhh, meu amor… você os ouviu de novo?
Miguel, agora como observador invisível daquela memória, sentiu o coração apertar. Ele nunca se lembrara daquele momento.
Clara apertou os olhos, como quem tentava resistir a algo invisível, e então falou em voz baixa:
— Vocês não vão tomá-lo. Eu fiz o pacto. Ele é meu filho agora… meu filho!
As sombras hesitaram. Uma figu