Arfei e não me dei ao trabalho de responder.
Mesmo com o tempo, nada foi esclarecido e um mundo de incertezas se instalou mutuamente.
Praticamente dois estranhos, escusos, quase inimigos. Infelizmente, o laço terno que tínhamos findou e não havia mais resquícios de sentimentos leais, só farpas e provocações. Não era feliz com a situação. Antes de toda aquela merda éramos um só, eu: seu herói por ser o irmão mais velho, mesmo com pouco diferença de idade, e ele: o mano querido e companheiro, sempre ao meu lado.
Tomei o resto da água que sobrou na garrafa, descartando a embalagem no reciclável ao lado e teria seguido para a cobertura, livre de tantas reflexões fodidas, no entanto, outra ligação me manteve ali e, daquela vez, um sorriso alegre apareceu ao atender.
— Fala, Ruben…
— Tudo bem, David?
— Tudo certo, estava correndo. Como vai tia Ester e seu pai?
— Viajando, provavelmente estão na Itália agora.
— Podemos almoçar, o que acha?
Encontros como esses aliviavam a carga que muitas ve