David estacionou em frente ao meu prédio e durante o percurso praticamente nos mantivemos calados, ele conduzindo o carro e eu buscando uma saída à medida que a paisagem passava. O desejo mútuo era presente, cálido, sufocante.
Tolice, provei do pecado, e o que eu faria se cobiçava as piores indecências com meu chefe?
— Aurora… — David soltou o cinto e se voltou para mim. — Desculpe se de alguma forma ofendi ou…
— Não! Você não fez nada que eu não quisesse.
— Então por que está fugindo?
Perdi o ar quando tornou a acariciar meu rosto com leveza, fechei os olhos dilatados, entregue, num ímpeto seus dedos deslizaram para o meu cabelo, deixando-me alheia à sua vontade.
— Você é meu chefe.
— E você é a estagiária que me fez quebrar todos os protocolos.