— Não imagina o quanto estou confusa, o quanto tudo dentro de mim grita por socorro, eu não queria…
— Não queria mesmo? — desdenhou, cruel e cheio de razão.
Até tentei sustentar o contato visual que me esmagava, mas perdi a batalha.
Estava muito fraca para revidar e partir foi o sensato a se fazer, peguei um ônibus e desci no Ibirapuera, precisava caminhar, organizar meus pensamentos, chorar contra o vento e decidir… Engraçado, constatei que não estava sozinha, talvez nunca mais estivesse, não é, bebê?
Toquei meu ventre e tudo despencou.
O dia estava ensolarado, céu azulzinho, brisa fresca transpassando minha pele, uma tarde comum, mas que marcavam os meus vinte e um anos.
Meu aniversário!
Em outros tempos a data traria uma felicidade, não era o caso, tudo que desejava era um anestésico. Toquei a bolsa