Livro 1 da Trilogia Jornadas do coração "O amor só vale a pena, quando encontramos alguém que nos transforme na melhor versão de nós mesmos" Maria Eduarda havia acabado de perder a pessoa que mais amava no mundo para o câncer. Encontrou na perda uma nova possibilidade de refazer sua vida longe daquela dor. Uma entrevista marcada, um convite para morar com a sua melhor amiga, era enfim um novo recomeço para ela. Ela só não imaginava que sua vida mudaria da água para o vinho, no devido momento em que entrou na sala para ser entrevistada pelo seu futuro chefe. Caleb Jones, o típico CEO frio e calculista, filho do dono de uma das maiores empresas de publicidade do país. O homem que tem o controle sobre tudo na vida bem na palma da mão. Vê sua vida desabar diante dos seus olhos, no exato momento em que sua possível nova funcionária adentra a porta, para uma entrevista. Ele vê naqueles olhos cor de mel, uma possível redenção, uma chance para enfim ter sua tão sonhada felicidade. Ela vê naqueles olhos azuis, uma imensidão de possibilidades, mas nenhuma chegaria aos pés do que estava prestes a acontecer com eles. Até onde você está disposto a ir por amor? No fim, o amor será a única coisa que salvará os dois!
Leer más"Mesmo sabendo que um dia a vida acaba, a gente nunca está preparado para perder alguém." — Nicholas Sparks
Perder alguém nunca é fácil ainda mais quando é alguém tão próximo de nós. Sempre me falaram que a dor muda a gente, mas eu nunca imaginei que mudasse tanto assim...
A dor nos faz querer se afastar de todos por mais que as pessoas ao nosso redor nos ame. E foi assim que eu me senti.
No auge dos meus 22 anos nunca pensei que passaria por tanta turbulência assim, que sofreria a dor do luto dessa forma. Sempre imaginei que perder alguém doesse, mas nunca pensei que doesse tanto! E aqui estou eu sentada no banco de uma igreja, local esse que frequentava aos domingos rigorosamente, a pedido da minha mãe, na verdade; por ordem dela que sempre foi muito devota e religiosa.
As pessoas me cumprimentavam, me desejando força, mas estou fechada demais em meu casulo para responder qualquer coisa, então simplesmente aceno com a cabeça. Não tenho forças para pensar em nenhuma frase, então prefiro me calar.
Me sentei no primeiro banco, próximo ao púlpito e a pouco mais de 5 metros se encontra o caixão da pessoa que eu mais amei na vida. Aquela que me deu à luz, que me ensinou a dar os primeiros passos, que estava comigo no primeiro dia de aula, no primeiro aniversário, que me fez acreditar no amor e que me fez me tornar tudo que sou hoje.
Que me ensinou o caminho certo e me fez ter os princípios que tenho!
Ao meu lado está meu pai e ao lado dele, minha avó materna, que chora sem parar pela perda de sua única filha. Meu pai se encontra mudo desde quando foi declarada a morte da minha mãe, ele não derramou uma única lágrima, seu rosto não tem expressão alguma, é como se um completo vazio fizesse parte dele agora.
Mesmo eu não tendo uma relação muito próxima com ele — tanto quanto gostaria — ele continua sendo meu pai e eu sei que o amor que ele teve e sempre terá pela minha mãe é verdadeiro. Mas, meu pai nunca foi de demonstrar muito seu lado sentimental, desde pequena nunca vi meu pai me dizendo eu te amo, pelo menos não em palavras. Abraços eram somente em datas comemorativas e ainda aquele abraço de 2 segundos, seguido com um tapinha nas costas.
Minha mãe sempre dizia que meu pai sempre foi extremamente reservado e fechado. Filho de militar sempre foi criado assim em casa, sem muito carinho e contato físico dos pais, que já são falecidos. Ao contrário da minha mãe que acredito que por ser filha única sempre teve muito amor. Filha de dona de casa e pai marceneiro, nunca teve muito luxo, mas sempre teve o que muitos não tem: amor.
Eu sempre me perguntei como meus pais ficaram juntos sendo os dois tão diferentes? Minha mãe falava que meu pai tinha um lado que só ela conseguiu ver, que por mais distante que ele parecesse ser, era um homem bom que nos seus poucos momentos era bem carinhoso com ela. Juro que ainda não vi esse lado do meu pai. Não que ele fosse grosso, ou algo do tipo comigo. Isso ele nunca foi, mas também nunca foi lá muito carinhoso. Comigo ele sempre foi muito rígido. Não tive permissão de sair de casa até os 16 anos, era da escola para casa e de lá para a escola, e não poderia desobedecer. Ele nunca me bateu, mas suas broncas eram piores que qualquer tapa.
Sempre tive muito respeito por ele e confesso que um pouco de medo também.
— Está na hora Maria Eduarda... — Senti a mão firme do meu pai em meu ombro me avisando que estava na hora de dizer minhas últimas palavras sobre a minha mãe.
Respirei fundo, criando coragem para dizer tudo sem desmoronar em cima do púlpito. Escrevi poucas palavras sobre ela porque sabia que se dissesse muito eu não aguentaria, o baque era demais para mim.
— Ok... — Assenti com a cabeça e fui em direção ao palco, com o meu pequeno caderno nas mãos. Abri em cima do púlpito, li novamente o que escrevi pela milionésima vez e respirei fundo mais uma vez... — Minha mãe sempre foi a mulher que qualquer um gostaria de ter em sua vida. Era uma mulher excepcional, tanto como mãe e como esposa, acredito eu... — A maioria das pessoas riu, mesmo em meio as lágrimas acharam um motivo de felicidade.
Isso era bom...
— Ela me ensinou tudo que sei e me transformou no que sou hoje. Devo minha vida, literalmente a ela. Filha única, de pais simples. Foi criada no interior nunca teve uma vida de luxo, mas sempre teve o amor dos pais. Sempre foi ensinada a amar e respeitar o próximo, seja ele quem fosse. Sempre me falava: "Duda, o amor supera qualquer coisa, mas nunca coloque o próximo à cima do seu amor-próprio. Ame o próximo, mas primeiro ame a si mesmo." E assim eu fui criada cercada de amor por ela e nunca imaginei que hoje estaria passando por isso. Ela sempre dizia que viveria o bastante para me ver adulta e feliz, adulta eu fiquei, agora feliz deixei de ser quando ela partiu... Isso não sei quando irá acontecer, já que o meu maior motivo de felicidade está agora dentro de um caixão. Sei que de onde ela estiver ela sabe que ficarei bem, ela sabe que me ensinou tudo que aprendeu, que vou seguir pelo caminho correto e que mesmo que tropece em alguns pedregulhos, sempre vou encontrar o caminho de casa. — Olhei rapidamente para cima, como se ela realmente pudesse me ouvir. — Mãe, quero que saiba que te amo e que sempre amarei, fico feliz que agora a senhora não sofre mais, que descansou e que foi muito feliz... — Não consegui mais prosseguir com o discurso, as lágrimas tomaram conta do meu rosto. Chorava de soluçar e ali naquele momento, pela primeira vez desde que minha mãe ficou doente, eu culpava Deus por levar ela de mim, culpava por fazer ela sofrer tanto. Por perder a pessoa que eu mais amava no mundo, para uma doença tão devastadora quanto o câncer.
Chorava por saber que ela nunca me veria formada, mesmo estando tão perto. Que ela não estaria no meu casamento, que não conheceria seus netos e que não envelheceria ao lado do rabugento do meu pai. As lágrimas chorravam com ainda mais velocidade por saber que ali não era mais meu lugar, que teria que deixar tudo que amava para trás. O lar em que fui criada, as pessoas que me viram crescer e o pouco da família que me restou.
Não suportaria continuar na casa em que minha mãe viveu por tantos anos. As lembranças já doíam muito, mesmo fazendo alguns dias de sua morte...
Voltei a me sentar e o resto do velório e o funeral passaram como um borrão para mim. Lembro que meu pai falou poucas palavras em homenagem a minha mãe, minha avó também falou, lembrou das peraltices dela na infância e de como ela sempre foi uma criança feliz. Lembrou que mesmo algumas horas antes de morrer ela agradeceu a Deus por tudo, mesmo com fortes dores. Dores essas que nem com a medicação extremamente forte faziam cessar.
Mesmo em meio a tudo isso minha mãe continuou sorrindo. As palavras da minha avó me fizeram voltar naquele momento, me fizeram reviver suas últimas palavras...
"— Seja feliz minha doce Duda... Ame e permita ser amada, não deixe a dor da perda te fazer esquecer que o amor é belo. Não se feche para as oportunidades da vida. Sofra seu luto, pois ele é necessário, mas não o leve com você para sempre. Você merece o mundo e sei que em algum lugar tem alguém que vai te fazer extremamente feliz... Assim como eu fui ao lado do seu pai. Não se esqueça nunca que te amo e que onde quer que eu esteja, sempre estarei olhando por você..."
Não consegui permanecer no quarto depois disso. Minha mãe faleceu 20 minutos depois, em casa como era seu desejo. Desse dia até o funeral não lembro de quase nada. Lembro que passei os dias na cama, só levantando para fazer o essencial. Minha melhor amiga permaneceu comigo todos os dias desde a perda dela até o funeral. E ela estava ali ao meu lado, segurando minha mão naquele momento enquanto tentava não desmoronar, enquanto o amor da minha vida era enterrado, debaixo de sete palmos de terra.
Essa é uma dor que eu sei que nunca vou superar...
Acordei com a brisa da sacada tocando minha pele, tateei a cama e não senti o corpo dele ao meu lado. Olhei para o lado dele e encontrei um bilhete em cima do travesseiro.Bom jour Mon Amour! Saí para fazer uma caminhada. Se alimente e me encontre na cafeteria que tem em frente a torre. As 11:00 horas! E por favor não se atrase, temos passeios marcados! PS: Você estava incrivelmente gostosa enquanto dormia, fui tentador para mim sair e não te acordar antes. Eu te amo, Seu namorado! Olhei no relógio da mesinha de cabeceira, eram 9:30 horas. Me levantei e fui tomar um banho. Ainda enrolada na toalha, liguei para a recepção e pedi um café da manhã, meu inglês não era o dos melhores, mas fome eu não passava por aqui. Me arrumei enquanto esperava meu café. Coloquei um vestido rodado, preto com flores bordadas na saia, decote em U e de alças largas e nos pés optei por sapatilhas na mesma cor do vestido. Prendi meus cabelos num rabo de cavalo alto, coloquei meu relógio, um par de
Nosso beijo transmitia todos os sentimentos que não podiam ser descritos em palavras. Faltavam palavras para conseguir explicar tudo que eu sentia por ele. Forget You do Dysn começava a tocar, deixando o clima muito mais gostoso. Deslizei calmamente os dedos pelos botões de sua camisa, abrindo um por um, sem pressa. Desci as mangas pelos seus braços, enquanto sua língua ainda provocava meus lábios, num beijo calmo e familiar para ambos. Desci os dedos até o botão de sua calça, abrindo-o, fazendo o mesmo com o zíper. — Deita... — saiu quase como um sussurro de meus lábios. Seus olhos se abriram, encarando os meus sem pudor algum, seu lábio subiu num meio sorriso. Caleb se deitou depois de tirar a calça. Me coloquei em cima dele, com uma perna de cada lado do seu corpo e desci meus lábios até os seus, puxando seu lábio inferior e prendendo entre meus dentes. Ele riu da provocação e cravou as unhas em minha cintura, me fazendo gemer de excitação. Conseguia sentir sua ereção pressionan
— Jason... Ele se chama Jason! — Caleb apertou minha mão, demonstrando a mesma surpresa que eu. Tentei me manter calma, sem esboçar nenhuma reação que a afastasse ou afugentasse. — Era o nome do meu filho mais velho... — Scarlett ficou extremamente emotiva. — Bela escolha de nome... Desculpa, qual é o seu nome? — a moça deu um sorriso, enquanto arrumava a criança em seu colo. — Alicia, me chamo Alicia... — meu ar faltou na mesma hora e ela notou isso. Seus lábios se curvaram num sorriso perspicaz e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. Ela se despediu e saiu, se misturando aos convidados. — Eu sei quem ela é... — Murmurei baixo, enquanto olhava para Caleb e Scarlett. — Melissa... — eu e ele dizemos ao mesmo tempo. Scarlett arregalou os olhos e ficou levemente tonta, tendo que se sentar para recuperar os sentidos. — Como essa filha da puta encontrou a gente? — Caleb cerrou os punhos com força. — Ela ainda tem contatos dentro da Jones amor... — respondi enquanto me sentava n
Maggie apareceu ao lado do meu pai e ambas tivemos que respirar fundo para não cair em lágrimas, ela ria enquanto olhava para mim. Seus lábios murmuraram um eu te amo, que foi facilmente retribuído por mim. Seu rosto se iluminou assim que olhou para o rapaz parado no altar, a sua espera. Recostei minha cabeça no braço do Caleb, ele envolveu seu braço ao redor da minha cintura, me puxando para mais próximo. Pela sua respiração forte dava para notar que ele também estava emocionado. Maggie se aproximou do altar a passos lentos, e cada passo que ela dava, diminuindo a distância dela até o altar, as lágrimas aumentavam em seu rosto, sem se importar mais com a maquiagem. Meu pai tinha os olhos vermelhos, eu sabia que ele estava tentando se manter forte. Ver o Senhor Eduardo chorar era algo muito raro, nos meus 23 anos, presenciei isso apenas 3 vezes. No funeral da minha mãe, no dia em que eu falei que ia embora e hoje, ao notar as primeiras lagrimas escorrendo pelo seu rosto, enquanto e
Algumas semanas depois. — Está pronta meu amor? — Caleb perguntou enquanto encostava no batente da porta, ajeitando a gravata. — Se você continuar me apressando... — olhei feio para ele. Caleb tentava abafar a risada enquanto levantava as mãos em forma de rendição. — ...eu juro que vou enfiar esse sapato onde o sol não bate em você Caleb! — ameacei com sandália, enquanto me sentava na cama para coloca-la. — Ta bom... — ele ainda ria. Revirei os olhos em irritação. — Juro que eu paro! — ele beijou os indicadores em forma de juramento. — Mulher, você com sono é pior que o diabo hein... — ele abafava a risada com as mãos. — Você não viu nada! — terminei de calçar as sandálias e me pus de pé, analisando o vestido em frente ao espelho. — A Maggie não poderia ter escolhido um lugar mais perto pra casar? — fiz bico. — Tinha que ser nas Maldivas? O lugarzinho longe da peste... — Caleb não se aguentou e riu alto, me fazendo rir também. Caleb e eu seríamos padrinhos dela, devido a isso tiv
— Eu tive tanto medo de te perder Caleb... — entrelacei meus dedos em seus cabelos, fazendo carinho em sua nuca. — ...no meio das suas crises, eu tinha medo de acordar de madrugada e você simplesmente não está mais ao meu lado. — Eu respirava fundo tentando conter as lágrimas. — Tinha medo de você desistir da vida... Eu passava noites em claro ao seu lado, quase implorando a Deus para que isso não acontecesse... — Oh minha menina... — ele passava os dedos pelo meu rosto, tentando enxugar as lágrimas que ainda escorria pela minha pele. — Enquanto você estiver na minha vida, eu nunca vou desistir de nós! Você é o meu real motivo para permanecer vivo. Você é a minha ancora Eduarda, é a pessoa que me mantem de pé e que mantem minha sanidade no lugar correto. — Ele me deu um beijo rápido nos lábios. — Eu te amo demais para ter coragem de acabar com a minha vida assim... Seria egoísmo demais da minha parte, lhe causar tanto sofrimento assim... — Quando eu acordei naquela noite e não encont
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