A manhã nasceu fria e cinzenta, como se até o céu sentisse que algo estava para acontecer. No prédio onde Clara e Camila moravam, dois carros pretos com a logo discreta da VitaSecure, empresa de Lucca, estacionaram diante da portaria. Técnicos especializados, com seus equipamentos, começaram a instalação de câmeras discretas, rastreadores de veículos, sensores de movimento e sistema de monitoramento por aplicativo.
Clara observava da sacada do apartamento, enrolada em um casaco de moletom, enquanto tomava o primeiro gole de café. Sentia o coração apertado — medo e alívio se misturavam. Ela se sentia grata pela atitude de Lucca, mas ainda assustada com o que Daniel seria capaz de fazer.
Camila se aproximou, trazendo um segundo copo.
— O Lucca levou isso a sério mesmo — comentou, olhando lá para baixo.
— Ele é assim. Quando decide proteger, vai até o fim.
— E você? Tá bem com tudo isso?
Clara respirou fundo.
— Não sei. Só sei que agora... a gente não pode mais viver com medo.
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No esc