O sol mal havia despontado no horizonte quando os carros começaram a deixar a casa de campo. O clima era de despedida, mas também de alívio. Aquela semana intensa, recheada de confrontos, reencontros e armadilhas emocionais, parecia finalmente ter chegado ao fim. Os amigos se organizaram em duplas, cada casal em seu carro, como numa coreografia ensaiada para preservar alguma paz.

Gabriel guiava seu carro pela estrada ainda úmida do sereno da manhã. Ao seu lado, Camila mexia no celular, revisando mensagens antigas, tentando não pensar em Daniel, em Mariana ou no caos que poderia ainda se desenrolar. Mas era difícil.

— Tá tudo bem? — ele perguntou, sem tirar os olhos da estrada.

— Mais ou menos — ela respondeu. — Tenho a sensação de que ainda não acabou, sabe?

— Também sinto. Mas por enquanto, vamos focar em nos reorganizar. Voltar à rotina.

Camila assentiu, mas a inquietação não a deixava em paz.

No carro de trás, Clara observava a paisagem pela janela enquanto Lucca dirigia em silênci