Eduardo nunca foi de se deixar abalar facilmente. Era prático, direto, daqueles que mantêm a vida sob controle… até cruzar com a vizinha do apartamento 403. Desde aquele primeiro dia em que ela esbarrou nele no elevador e derrubou café em sua camisa — com um "ops" irônico e um sorriso provocante —, Eduardo soube que Lorena era diferente. E perigosa.
Naquela tarde, ele voltava do mercado com algumas sacolas quando a viu novamente. Ela estava parada na porta do prédio, mexendo no celular, com um short jeans desfiado e uma camiseta solta, e quando o viu, sorriu daquele jeito insolente que desafiava qualquer homem com amor-próprio.
— Achei que fosse me evitar depois do incidente do café — ela disse, sem tirar os olhos dele.
— Evitar? Logo você? — ele respondeu, segurando o riso. — Tô só esperando a próxima tragédia.
Ela deu de ombros, como quem diz “problema seu”, e estendeu a mão para uma das sacolas.
— Vai precisar de ajuda com isso aí?
Eduardo hesitou, surpreso com a atitude, mas acabo