Ava Narrando
Chegamos na empresa no horário, como sempre. O trânsito estava mais calmo do que eu esperava, e Théo dirigia como se cada curva, cada sinal, fosse parte de um jogo que ele precisava vencer. Eu, ao lado dele, revisava mentalmente a lista de tarefas do dia, me preparando para acompanhar cada detalhe da rotina que ele exigia. Quando entramos no prédio, fui direto para a sala de reuniões para ajudar Lucilla a organizar tudo. Era um ritual que eu já conhecia de cor: preparar as cadeiras, distribuir os tablets, conferir a apresentação no projetor, checar o ar-condicionado para não atrapalhar o conforto dos diretores.
— Tudo pronto aqui, Ava? — Lucilla perguntou, conferindo os papéis em cima da mesa.
— Sim, Lucilla. Só falta Théo entrar e revisar a apresentação dele — respondi, ajeitando a última cadeira.
Quando Théo entrou, impecável como sempre, ajustando a gravata e conferindo o relógio, eu senti aquele friozinho de ansiedade que sempre me acompanha em reuniões importantes.