Théo Narrando
Quase não preguei o olho a noite inteira. O celular em cima do criado-mudo parecia me provocar a cada segundo que eu olhava pra tela escura. Eu estava esperando apenas uma mensagem. Uma maldita mensagem que mudava tudo. E quando vibrou, já quase amanhecendo, eu soube: Bryan tinha chegado no México.
Respirei fundo, satisfeito, e deixei um sorriso escapar. Agora era só questão de tempo até eu colocar meus pés naquela cidade, olhar nos olhos da família da Ava e mostrar que ninguém, absolutamente ninguém, mexe com o que é meu. A casa que tiraram dela, a loja que roubaram, tudo voltaria pra dona legítima. E eu mesmo faria questão de entregar nas mãos dela.
Levantei devagar, o corpo cansado, mas a mente fervendo de planos. Entrei no banheiro, tirei a cueca e liguei o chuveiro. A água quente desceu pelas minhas costas, pesando, quase lavando junto a ansiedade que me consumia. Apoiei as mãos na parede de mármore, fechei os olhos e deixei a água cair.
Foi aí que senti.
Aquelas m