Fernando desceu as escadas com passos largos, a mandíbula tensa, o coração batendo acelerado. Precisava respirar.
Abriu a porta principal e saiu para o jardim. O ar lá fora era quente, pesado.
Por alguns segundos, ficou parado olhando o horizonte, o campo dourado pelo sol poente, o som distante dos cavalos no estábulo.
Mas o que sentia dentro dele não era calma. Era raiva. Raiva dela. Raiva de si mesmo.
Passou a mão pelos cabelos, irritado.
— Apaixonada por outro… — repetiu em voz baixa
Socou o corrimão de ferro, o som metálico ecoando pelo pátio.
“Não pode ser”, pensou. “Eu posso dar a ela tudo, por que me rejeita desta forma.”
Mas uma sombra de dúvida atravessou o pensamento. Lembrou-se do toque dela do tremor, do gemido contido e o corpo reagindo como nunca pensou que reagiria. Fechou os olhos e amaldiçoou o próprio desejo.
— Que inferno é esse… — murmurou.
Por um instante, pensou em voltar, exigir explicações, arrancar dela a verdade.
Mas não.
“Se ela quer distância, terá distânci