A casa estava mais silenciosa naquela noite.
Grande parte dos convidados já havia partido, e o vaivém de criados diminuiu consideravelmente. Apenas a família de Natália, que viajaria no dia seguinte, e alguns poucos convidados permaneceram entre eles, Valéria Bragança.
Natália desceu as escadas com passos contidos, o vestido azul-claro esvoaçando suavemente a cada movimento. Ela usava o broche que Fernando lhe havia dado como sinal de consideração.
No entanto, assim que chegou ao patamar e seus olhos cruzaram o salão, sentiu o coração vacilar.
Fernando estava conversando com Valéria e dois homens que ela reconheceu de vista, políticos influentes, amigos de Fernando que ainda estavam hospedados na casa.
Os três riam de algo que Fernando acabara de dizer, e Valéria, impecável em um vestido vinho, inclinava-se levemente para o lado, o olhar brilhante e a mão pousada no braço de uma poltrona, perigosamente próxima à dele.
Natália respirou fundo. Endireitou os ombros e atravessou o salão,