Natália manteve o galope de Aurora por alguns instantes, mas logo percebeu que Paula havia desaparecido completamente. O campo aberto se estendia em todas as direções, vasto e desolado, e as nuvens que antes pareciam distantes agora se fechavam rapidamente sobre ela. O primeiro trovão ribombou, grave, fazendo o chão vibrar. Aurora relinchou assustada.
Em poucos minutos, a chuva começou a cair pesada, grossas gotas encharcando sua roupa e o chapéu apenas protegendo parte do rosto que pouco ajudava contra a cortina densa de água. Natália olhava em volta, procurando algum abrigo, mas só via o campo aberto, algumas árvores solitárias espalhadas à distância.
“Não posso me abrigar debaixo de uma árvore… nem continuar montada, vou virar um alvo para os raios”, pensou com o coração disparado.
Decidida, puxou as rédeas e parou Aurora. Com dificuldade, desceu da sela, as botas afundando no barro que já se formava. O vento zunia, a chuva castigava, e cada trovão parecia mais próximo que o anteri