Natália subia a escada sentindo o peso do olhar dele. Era como se cada degrau fosse mais difícil de vencer com aquela presença colada em sua sombra. Fingiu calma, mas por dentro o coração batia descompassado.
Quando chegou a grande varanda que rodeava toda a casa, não resistiu e se virou bruscamente.
— Por que está me seguindo? — a voz saiu firme, quase desafiadora.
Fernando parou a poucos passos dela e arqueou uma sobrancelha, um sorriso lento se formando.
— Seguindo? — repetiu, em voz baixa, quase um sussurro. — Eu apenas não queria perder a vista mais interessante desta casa.
Natália estreitou os olhos.
— Então desvie o olhar.
Ele riu de leve, a risada grave que parecia vibrar no ar entre eles. Deu um passo à frente, diminuindo a distância, e ela recuou instintivamente. Fernando se inclinou, próximo o bastante para que o perfume dele e o calor do corpo a envolvessem. Não a tocou, mas a proximidade era sufocante.
— Desviar? — murmurou, os olhos fixos nela. — Seria um desperdício… pr