— Fernando...? — murmurou, a voz trêmula. — Eu… eu estava sonhando…
Ele respirou fundo, como quem tentava conter uma fúria que ela via em seus olhos.
— Eu sei — respondeu, soltando devagar os pulsos dela. — E não é a primeira vez.
Natália o fitou, ainda atordoada.
— Quando você chegou?
Fernando só era esperado no dia seguinte, mas parece que ele tinha chegado no meio da noite.
Ele desviou o olhar, pegando o roupão que repousava sobre a cadeira. O som do tecido deslizando pelos ombros dele pareceu preencher o silêncio entre os dois.
— Isso não importa. — A voz saiu baixa, mas carregada de cansaço. — Vou pedir para Ivan preparar um chá para acalmá-la.
— Fernando… — tentou chamá-lo, mas ele não se virou.
— Vou dormir no meu quarto. — disse simplesmente, antes de sair.
A porta se fechou com um clique suave, deixando-a com o coração em descompasso. Ela ficou ali, imóvel, desejando ter tido coragem para pedir que ele ficasse.
Pouco depois, uma batida discreta ecoou.
— Entre.
Ivan surgiu n