Capítulo 116

— Fernando...? — murmurou, a voz trêmula. — Eu… eu estava sonhando…

Ele respirou fundo, como quem tentava conter uma fúria que ela via em seus olhos.

— Eu sei — respondeu, soltando devagar os pulsos dela. — E não é a primeira vez.

Natália o fitou, ainda atordoada.

— Quando você chegou?

Fernando só era esperado no dia seguinte, mas parece que ele tinha chegado no meio da noite.

Ele desviou o olhar, pegando o roupão que repousava sobre a cadeira. O som do tecido deslizando pelos ombros dele pareceu preencher o silêncio entre os dois.

— Isso não importa. — A voz saiu baixa, mas carregada de cansaço. — Vou pedir para Ivan preparar um chá para acalmá-la.

— Fernando… — tentou chamá-lo, mas ele não se virou.

— Vou dormir no meu quarto. — disse simplesmente, antes de sair.

A porta se fechou com um clique suave, deixando-a com o coração em descompasso. Ela ficou ali, imóvel, desejando ter tido coragem para pedir que ele ficasse.

Pouco depois, uma batida discreta ecoou.

— Entre.

Ivan surgiu n
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