Capítulo 175
Ezequiel Costa Júnior
Alguns dias haviam se passado desde o treino com as mulheres e o almoço no galpão. As coisas estavam se ajeitando, como deviam. Era cedo, o sol mal tinha aparecido no céu, e eu acordei com Mariana ao meu lado, virada de frente pra mim, os cabelos bagunçados cobrindo parte do rosto e aquele jeito de quem está num sonho bom.
Beijei de leve sua testa, e ela abriu um dos olhos, sorrindo de canto.
— Você está me espionando dormindo, Don? — ela resmungou, com aquela voz arrastada da manhã.
— Tô me perguntando como ainda não se deu conta de que é bonita até dormindo — respondi, puxando-a mais pra perto.
Ela riu e me deu um beijo lento, daqueles que acordam o corpo inteiro.
Ficamos assim por mais alguns minutos, sem pressa de levantar. Só aproveitando.
Descemos sorridentes, e o cheiro de café fresco e pão quente já tomava conta da cozinha e da casa toda. Sentamos lado a lado, dividindo a manteiga e disputando a última fatia da torta salgada