Capítulo 6
Mariana Bazzi
A madrugada estava escura como breu. Nenhum poste aceso. Nenhum som além do da minha própria respiração e do coração batendo tão forte que eu mal conseguia escutar os pensamentos. Só precisava chegar até o centro. Talvez encontrasse um bar, um ônibus, qualquer coisa.
Meus olhos marejaram, mas segurei. Não agora, já chega de sofrimento.
Até que ouvi o som de um motor. Pneus no cascalho, precisei apressar o passo.
Um carro se aproximava devagar demais. O farol iluminou minha silhueta, e antes que eu pudesse correr, a porta abriu com violência.
— Olha só... A fugitiva — reconheci aquela voz na hora, era do cassino. Ele parecia que estava parando... Droga!
— Você?! — minha voz saiu trêmula, mas cheia de ódio.
Ele sorriu de um jeito que me embrulhou o estômago. Já havia tentado me comprar do meu progenitor uma vez, como se eu fosse uma mercadoria, mas fugi. E agora, ali, no meio do nada... era como se estivesse realizando um plano antigo de