POV Killian
A claridade da manhã atravessava as cortinas do quarto, denunciando que o mundo lá fora continuava girando, indiferente ao caos que se erguia dentro de mim.
O primeiro som que registrei foi a respiração dela. Lenta, cadenciada, quase inocente. Amara dormia ao meu lado, os cabelos espalhados no travesseiro como uma coroa de fogo, a pele corada de exaustão, o corpo ainda marcado pelo que havíamos feito algumas horas atrás.
Meu corpo inteiro ardia com a lembrança. Cada gemido, cada súplica, cada contração dela em torno de mim. Ainda podia sentir o gosto dela na minha boca, o calor do nosso filho queimando entre nós. Eu a possuíra como um homem faminto, e ela me recebera como se nunca tivesse deixado de ser minha.
Meu braço estava pesado sobre a cintura dela, e por um instante considerei deixá-lo ali, fingir que éramos apenas marido e mulher, que a noite tinha sido apenas mais uma, que não havia promessas quebradas nem alianças manchadas de sangue entre nós.
Mas não éramos ape