POV Amara
A confissão saiu como um rugido abafado contra a pele do meu pescoço, e algo dentro de mim se partiu e se recompôs ao mesmo tempo. "Não importa o preço." Era o ponto final para nossa resistência, o epílogo de toda a guerra que travávamos há meses. Minhas mãos, que antes empurravam, agora puxavam a camisa que restava nele, arrancando os botões que insistiam em mantê-lo vestido. Precisava sentir a pele, o calor real, a prova tangível de que ele era tão perdido quanto eu.
Ele compreendeu minha urgência. Com um movimento brusco, arremessou a camisa para longe, e eu finalmente pude colocar as mãos naquele torso que era um mapa de todas as nossas batalhas.
Cicatrizes antigas, músculos tensos sob a palma da minha mão, a textura de uma vida dura que, no entanto, sempre se curvava em suplicância diante de mim. Meus dedos percorreram aquele território familiar, sentindo os arrepios que meu toque provocava, a contração abdominal quando minha unha riscou de leve a pele.
— Amara...— ele