POV Amara
A manhã nasceu fria dentro de mim. Não importava se o sol atravessava as janelas largas da mansão, dourando cada canto como um convite à vida. Meu corpo ainda latejava da noite anterior, mas o que queimava mais era a lembrança do que permiti.
Eu havia me entregado.
De novo.
Fechei os olhos, e as imagens me golpearam. As mãos dele me segurando, os lábios queimando meu pescoço, o corpo dele dentro do meu como se nunca tivesse deixado de ser parte de mim. Eu tinha gritado o nome dele, como tantas vezes jurei nunca mais fazer.
E então, acordei sozinha.
A outra metade da cama estava fria, vazia. Apenas o travesseiro amassado me lembrava de que ele realmente esteve ali. Killian tinha ido embora sem olhar para trás, como um ladrão que rouba a paz e foge antes do amanhecer.
O peso da humilhação caiu sobre meu peito. Eu, Amara Castellari, que havia jurado ser forte, havia jurado erguer muralhas contra ele, tinha cedido. Mais uma vez.
Levantei da cama com um nó na garganta, tentando