POV Dominic Navarro
A música é alta demais. Ou talvez seja só o álcool amplificando tudo.
O copo balança na minha mão, o gelo batendo nas bordas do vidro como se me lembrasse de que ainda estou aqui, acordado, respirando, existindo contra a minha própria vontade.
O bar está cheio, mas não tem ninguém que eu queira ver. Sorrisos falsos, risadas ensaiadas, perfume demais e alma de menos.
Perfeito pra quem quer esquecer.
A bebida desce fácil. Whisky, claro. O mesmo veneno de sempre. Engulo mais um gole, e o gosto queima a garganta, mas não chega nem perto do que está queimando dentro de mim.
O rosto dela ainda está preso na minha cabeça.
Amara. O nome que eu não devia pensar, a mulher que eu devia esquecer.
As palavras dela ecoam. A culpa é minha. O bebê é dele. Killian. Meu maldito irmão.
Bato o copo no balcão, pedindo mais. O garçom hesita, mas serve. Talvez tenha reconhecido meu sobrenome. Navarro abre portas e também fecha consciências.
Fecho os olhos e tento parar de ver a